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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

A filosofia como terapia

Loumarinoff pergunta a si mesmo em seu livro Mais Platão, menos Prozac:
não seria um grande privilégio poder conversar sobre nossos medos, angústias ou qualquer tipo de aflição com os cérebros mais privilegiados da história? Certamente sentiríamos um grande alívio espiritual se dialogássemos sobre a morte com Platão ou Descartes.

Descobriríamos facetas desconhecidas de nós mesmos se lêssemos Kant, Aristóteles ou Montesquieu.

É exatamente isso que propõem os filósofos terapeutas.

Eles dizem que a psicologia e os medicamentos muitas vezes não bastam para que uma pessoa resolva suas neuroses.

Os remédios não fazem com que se deixe de temer a morte, por exemplo, podendo ser contraproducentes em muitos casos.

O aconselhamento filosófico não é uma moda passageira.

Na verdade, há quase 30 anos vem sendo praticado e já alcançou resultados muito satisfatórios em pessoas que sofriam uma decepção após outra com psicólogos ou psiquiatras, que oferecem tratamentos longos, caros, incômodos e, muitas vezes, prescrevem remédios com efeitos colaterais.

Os filósofos terapeutas ajudam seus clientes a identificar o tipo de problema que enfrentam para poder encontrar a melhor solução, que normalmente é o pensamento filosófico mais adequado à personalidade e à formação intelectual do cliente.

Uma das características que distinguem esses conselheiros é o fato de se concentrarem no presente e no futuro, evitando trazer à tona traumas de infância inutilmente. Afinal, já sabemos que não se pode alterar o passado. Infelizmente, vivemos num mundo em que tudo é rotulado.

Existe uma síndrome para qualquer coisa. Parece necessário inventar doenças que não existem. Mas os filósofos terapeutas lutam contra essa tendência.

Eles se negam a ver transtornos mentais onde eles não existem.

Qualquer pessoa pode sofrer angústia emocional ao tentar entender o mundo e não deve ser considerada doente por isso.

Todos nós sofremos com esse sentimento em algum momento.

A angústia ou ansiedade que surge diante da ideia da morte ou de uma mudança drástica nos faz buscar respostas para várias perguntas.

Não somos tão originais, pois as mesmas questões foram feitas anteriormente e os grandes filósofos as responderam.

Talvez as respostas não sejam as que buscamos, mas podem nos ajudar a encontrar nossa própria explicação e algum consolo.

As sessões com um filósofo terapeuta normalmente começam como uma conversa. Em algum momento, o cliente acaba formulando questões filosóficas e, ao saber que elas já tinham sido levantadas anteriormente, ele sente necessidade de se aprofundar no assunto.

Finalmente, muitos resolvem ler as obras dos filósofos com que se identificam mais. Uma série de estudos realizados nos Estados Unidos chegou à conclusão de que um em cada dois americanos sofre de doença mental.

Os filósofos terapeutas tentam demonstrar que essa informação não é apenas equivocada, mas também um ardil para assustar uma sociedade muito influenciável.

É certo que algumas pessoas precisam ser medicadas ou até mesmo internadas em centros psiquiátricos, mas a imensa maioria da população não está doente simplesmente passa por um momento complicado e um pouco de boa filosofia pode ser de grande ajuda para superar esses períodos de crise.

Em Mais Platão, menos Prozac, Lou Marinoff nos fala do processo PEACE, que em português significa “paz”. Trata-se de um acrônimo:
Problema, Emoção , Análise, Contemplação e Equilíbrio.
Em primeiro lugar, o que devemos fazer é reconhecer o problema.

Na maior parte das vezes, já sabemos de que se trata, sendo ele simples ou não.

Em seguida, precisamos identificar as emoções que provocam o problema.
Em terceiro lugar, é necessário analisar as opções que temos para resolvê-lo.

O melhor seria neutralizar tanto o problema quanto as emoções que o causaram. 

Quando chegamos à quarta parte, temos que retroceder para ganhar perspectiva buscando uma visão global sobre o assunto e então chegarmos ao quinto passo, o equilíbrio. 

Depois de reconhecer o problema, identificar as emoções, analisar as opções que temos e formar uma visão global, estaremos preparados para tomar as decisões mais apropriadas. 

Algumas pessoas são capazes de completar o processo em uma única sessão com a ajuda de um terapeuta. 

Por outro lado, outras demoram meses para chegar às mesmas conclusões. 
Cada qual deve seguir o próprio ritmo.

Todo mundo tem uma filosofia pessoal, ainda que a maior parte dos seres humanos não esteja preparada para utilizá-la, necessitando para isso de um guia. 

Quando os clientes finalmente percebem o tesouro que guardam em seu interior, tomam consciência de que sua vida acaba de se transformar e perdem muitos de seus medos, sentindo-se menos vulneráveis. 

Os filósofos terapeutas não focam apenas nos escritos da filosofia ocidental, mas também utilizam os conhecimentos das filosofias orientais, como o hinduísmo, o budismo, o confucionismo e o taoísmo. 

Segundo eles, uma pessoa com dificuldade de encontrar um parceiro amoroso ou de escolher o mais adequado deveria consultar a filosofia de Buda ou Lao-Tsé, passando por Aristóteles ou Sêneca. 

Quem já tem um parceiro e quer manter a qualidade de seu relacionamento faria bem em ler Thomas Hobbes, Pitágoras, Sócrates ou, ainda que pareça estranho, Maquiavel. 

Se é chegado o momento de grandes decisões e precisamos enfrentar o dilema de terminar ou não uma relação, não devemos deixar de consultar Ayn Rand, o Dalai-Lama, Immanuel Kant ou Jean-Paul Sartre. 

Se estamos insatisfeitos no trabalho, temos um chefe tirano ou nos sentimos entediados com nossas atribuições, deveríamos ler Voltaire, Rousseau, Aristóteles e também o Bhagavad Gita. 

Aos que se encontram na meia-idade, é possível superar a crise como auxílio de Confúcio e Buda. 

Se não sabemos o que fazer da vida, não temos um objetivo ou sentimos um grande vazio, evitaremos decisões equivocadas com os pensamentos de Simone de Beauvoir, Thomas Mann e Rudyard Kipling. 

Também é possível superar o mais terrível dos medos: o da morte, seja a nossa ou a de um ente querido. 

O fato de que algum dia deixaremos de existir pode nos encher de angústia. 

Vale a pena tentar nos afastar dessa angústia conhecendo as ideias de Simone de Beauvoir, Lao-Tsé, David Hume e Confúcio. 

Se pensar por si mesmo é algo que tende a desaparecer na cultura de massa, o fato é que muitos encontros filosóficos vêm sendo realizados pelo mundo todo. 

Esses eventos costumam ser organizados por filósofos terapeutas, que desempenham o papel de moderadores. 

Eles estão fazendo com que a filosofia volte a alimentar a mente das pessoas na vida cotidiana. 

O conhecimento não ocupa espaço. 

Só nos falta vontade de pensar, comunicar e desligar a televisão por um tempo. 

Vamos colocar filosofia em nossa vida!

2 comentários:

  1. Oi Rô, as pessoas estão muito imediatistas, não querer 'perder' tempo para nada, e acabam perdendo tempo com coisas fúteis, a comparação com a vida do outro, o querer ter está acabando com a humanidade, e o saber está ficando para trás o que é uma pena, não estamos sabendo aproveitar os momentos simples da vida, isso acaba trazendo tristezas, depressão e angustia, então vamos aprender a saborear cada pedacinho da vida, bjsssssss

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  2. muito bom o texto!
    beijos lindona to voltando ao blog!

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Obrigada pelo comentário e pela visita, volte sempre que quizer
"Rosana"